“Eu sempre volto ao mesmo ponto
de partida, ao ponto em que esqueço de mim e me volto a você. Se a cada passo
que dou em direção a tudo que acredito, me afasto mais de você, eu volto. E
sofro.”
Ele continuava a olhá-la, e
apesar de seus olhos encharcados, pareciam não demonstrar nenhuma emoção, e
permanecia em silêncio, corria uma mão na outra à procura de palavras, mas nada
saia. Só o silêncio.
Ela tentou pela última vez, uma
resposta, alguma explicação para tudo o que acontecia. Só queria saber o que
ele sentia. Ele nunca disse, suas palavras eram vagas e suas brincadeiras fora
de hora, cortantes! Mas ela se encantou, sem saber ao menos a razão e o porquê,
tudo o que viveu ao lado dele tinha sido especial demais para ser entregue de
bandeja assim.
Ele não respondia à altura, e
sempre seria assim.
Ela levantou e o olhou pela
última vez.
“Isso é tudo o que deixo aqui..”
(...)
O silêncio se fez, ela abriu a
porta e saiu, o deixou com tudo aquilo que ele havia lhe dado, não olhou para
trás como das outras vezes.
Naquele dia ele havia lhe dado a
resposta que ela precisava, que só o tempo se encarregaria de explicar cada
detalhe. Afinal, seu lugar não era ali. Não naquele bar. Não com ele. O que
sustentava tudo era a fina linha de sua esperança, e ela estava sendo cortada.
O silêncio se tornou seu amigo, ele lhe mostrou a direção, que expectativas
altas demais nos levam ao chão e ela não precisou das palavras que tanto
esperava para descobrir.
O ponto de partida agora seria ela, mas de um jeito diferente, o que antes era bom hoje não serve mais, e agora seriam seus sonhos e objetivos. E com o coração na mão, pela primeira vez, ela finalmente se lembrou. Dela.
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